Paulo Lira de Oliveira                              

(Pesqueira/PE, 24 de janeiro de 1940)                          

(Recife/PE, 22 de junho de 2022).

Paulo Diniz foi um cantor, compositor, músico, violonista, locutor, radialista, letrista, poeta e ator brasileiro com atuação em música, rádio, teatro, cinema e TV. Filho de Vanderlon Diniz, nascido no bairro Farroupilha, dos doze aos dezesseis anos, Paulo Diniz trabalhou nas fábricas de doces “Peixe”, da sua cidade natal, e engraxava sapatos no Centro da cidade, para ajudar a sua mãe, pois eram pobres. Aos catorze anos, Paulo Diniz despertou pela carreira de locutor, ao começar a falar nos microfones dos “Serviços de Alto-falantes de Pesqueira - S.A.P”. Daí conseguiu uma oportunidade na “Rádio Difusora” de Pesqueira, da Empresa “Jornal do Commercio”. Mais tarde, Paulo Diniz se para o Recife, onde tentou ganhar a vida engraxando sapatos, como crooner e baterista em casas noturnas, locutor de casas comerciais e, em seguida, locutor e ator da “Rádio Jornal do Commercio”. Do Recife, seguiu para Caruaru, e, depois, para Fortaleza, onde atuou como locutor e ator de rádio e televisão. Paulo Diniz foi para o Rio de Janeiro, onde consultou a “Rádio Tupi”, foi locutor da “Rádio Mayrink Veiga” e “Rádio Globo” e passou a compor com mais frequência. Sua primeira gravação foi a canção “O Chorão”. No auge do movimento da “Jovem Guarda”, Paulo Diniz lançou seu primeiro disco e o iê-iê-iê e "O Chorão" se tornou sucesso nacional. Paulo Diniz compôs, em parceria com o amigo Odibar, o hino de protesto "Quero Voltar Pra Bahia",cujos versos carregados de saudade prestavam homenagem a Caetano Veloso, que se encontrava exilado em Londres. A canção alcançou os primeiros lugares das paradas em todo o país e se tornou uma espécie de canção-símbolo de uma época conturbada da história política e social do Brasil. Quatro anos depois lançou dois LPs, e em seguida dedicou-se à tarefa de musicalizar poemas de língua portuguesa de autores como Carlos Drummond de Andrade (“E Agora, José?”), Gregório de Matos (“Definição do Amor”), Augusto dos Anjos (“Versos Íntimos”), Jorge de Lima (“Essa Nega Fulô”) e Manuel Bandeira (“Vou-me Embora Pra Pasárgada”). Suas canções foram gravadas por Clara Nunes, Emílio Santiago, Simone e outros cantores. Entre seus sucessos destacam-se "Pingos de Amor", gravado por vários intérpretes, "Canoeiro", "Um Chopp pra Distrair" e "Ponha um Arco-Iris na Sua Moringa", mas o sucesso que o consagrou foi a canção "Quero Voltar Pra Bahia". Entre 1986 e 1997, em decorrência de graves problemas de saúde que quase o deixaram paralítico, Paulo Diniz não gravou nenhum disco. Parcialmente recuperado, Paulo Diniz retomou a carreira, quando novamente já tinha residência fixa no Recife. Nos últimos anos, residindo no Recife, Paulo Diniz fazia apresentações por várias cidades e capitais do Nordeste brasileiro, com a mesma voz vibrante de antes, porém numa cadeira de rodas, já que a doença que quase o paralisou nos anos 80 retornou a partir de 2005, dessa vez atingindo os membros inferiores. Não há maiores informações sobre a vida de Paulo Diniz que teve morte natural.